Já não era sem tempo, mas finalmente começamos a ver a sustentabilidade corporativa deixando de ser uma área de suporte para alcançar nível mais estratégico dentro das empresas. Passou do “devemos fazer porque é legal para nossa imagem” para uma estratégia de negócio. E é justamente por isso que ela é muito mais do que papel reciclado, consumo responsável de água e energia e coleta seletiva, por exemplo.
Mas afinal, o que muda quando uma empresa adota a sustentabilidade corporativa como modelo de gestão? Para começar, o conceito deve fazer parte da missão, visão e valores da organização. E não é apenas isso; é o tal “walk the talk”, pois não há nada mais perigoso para uma empresa que posar de boazinha, mas na realidade não fazer aquilo que diz fazer. Lembra do “dieselgate” da Volkswagen? Pois é...
Passar a oferecer o mesmo produto só que com materiais sustentáveis, no caso de uma indústria, não faz uma empresa ser sustentável. É preciso redesenhar os produtos e remodelar os processos seguindo as premissas do triple bottom line. A empresa precisará identificar toda a sua cadeia de valor, desde o fornecedor de matéria prima até o descarte feito pelo consumidor final após o uso. Neste caso, uma das áreas mais impactadas é a de supply chain.
Quando falamos de supply chain, falamos de tudo que envolve a produção de uma empresa, como logística, manufatura, compras e estoque. O primeiro passo é identificar a pegada de carbono (Carbon Footprint) e buscar soluções para reduzi-la através de ações focadas na otimização de transporte, gerenciamento de estoques, redução de desperdício, reciclagem, aumento de eficiência operacional, gerenciamento de serviços integrados, logística reversa etc.
Mais do que apenas pensar em oportunidades de negócios, as empresas precisam se preocupar com o impacto de possíveis colapsos em suas operações. O discurso da sustentabilidade como vantagem competitiva já não é mais suficiente. A diretiva RoHS (Restriction of Hazardous Susbstances), por exemplo, proíbe na Europa a utilização de determinadas substâncias químicas na produção de equipamentos eletrônicos. Já a WEEE (Waste Electrical and Electronic Equipment) obriga as empresas que comercializam na comunidade européia a tratar do descarte do lixo eletrônico.
Importante lembrar que apesar das diretivas dizerem respeito apenas ao mercado europeu, elas impactam toda a cadeia produtiva, que nos dias de hoje é global. E mesmo que o produto seja, por exemplo, 100% brasileiro, terá de estar em conformidade com as diretivas do local onde será comercializado, seja na Europa (para mais informações sobre a conformidade, clique aqui) ou em outros mercados como EUA, Japão, Austrália e até mesmo na China.
No Brasil, a lei que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) obriga fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de determinados produtos a fazerem parte da solução do problema do descarte, devendo estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor. A lista de produtos inclui, entre outros, agrotóxicos; pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes; lâmpadas de diversos tipos; e eletroeletrônicos.
Olhando para outras áreas, temos no RH um processo-chave, uma vez que ele é responsável pelo principal stakeholder interno de uma organização: o colaborador. As ações envolvem principalmente qualidade de vida, cultura organizacional, comunicação interna, treinamento e recrutamento e seleção. Não dá para o RH lembrar da sustentabilidade apenas no dia 5 de junho, dia mundial do meio-ambiente, quando cada colaborador ganha uma mudinha de árvore ou um squeeze.
Monitorar o engajamento para a sustentabilidade de cada colaborador, dos diversos departamentos e da empresa como um todo irá ajudar a empresa a criar efetivamente seu DNA para a sustentabilidade. Quando há um real engajamento para a sustentabilidade, a empresa passa a ter embaixadores do tema espalhados por todos os cantos, olhando e zelando pelas questões mais importantes e vitais para negócio.
Aliás, já conhece a LAIS, nossa inteligência artificial que mede o engajamento para sustentabilidade por meio de análise da percepção e emoção das pessoas?
E não podemos deixar de falar da sigla mais quente do momento, que inclusive já foi tema de um episódio do SustentaíCast: ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança), a queridinha do mercado financeiro, que passou a olhar muito mais de perto para as práticas de sustentabilidade das empresas em que investem, pois entendeu o quanto negligenciá-las pode impactar o retorno para os acionistas. Recentemente a Black Rock, uma das maiores, senão a maior gestora de ativos do mundo, chamou atenção quando excluiu umas 50 empresas do seu portfólio de investimento por não serem consideradas sustentáveis.
Conseguir mais investimentos, ganhar novos mercados, fazer parte da lista das melhores empresas para se trabalhar, ter altos índices de retenção de colaboradores, melhorar sua eficiência operacional, ter colaboradores mais engajados e performando melhor ..., seja qual for a razão que faz uma organização adotar a sustentabilidade em suas práticas de maneira geral, esse é um caminho sem volta e quem já começou a trilhá-lo certamente já está várias casas na frente no jogo da vida e dos negócios.
Entre em contato mandando um e-mail para contato@sustentai.com, ou clicando aqui, e vamos juntos levar a sustentabilidade da sua organização para o nível estratégico do seu negócio.