Vem aí a COP-26
Durante a Rio-92, a ONU criou a United Nations Framework Convention on Climate Change, (UNFCCC), uma convenção cujo principal objetivo era buscar meios através de acordos mundiais para que as concentrações de gases do efeito estufa fossem estabilizadas em um nível que não provocasse mudanças climáticas. (A gente explica um pouco mais sobre isso neste artigo no nosso blog: Carbono o quê?)
O primeiro encontro promovido pela UNFCCC foi em 1995, em Berlim, na Conferência das Partes ou, como é mais conhecida, COP. A COP vem acontecendo anualmente deste então em diversos países. As duas primeiras COPs foram de muita discussão e negociação entre os países signatários.
E foi em 1997 que a conferência chamou a atenção do mundo, pois durante a COP-3, em Kyoto, no Japão, estabeleceu-se o emblemático Protocolo de Kyoto, notório, principalmente, pela recusa dos Estados Unidos em assiná-lo. Este acordo tinha como principal objetivo fazer com que os países desenvolvidos se comprometessem a reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa.
Apesar de tratar os países signatários com base no grau de desenvolvimento e industrialização, o Protocolo de Kyoto fixou a meta de redução em 5,2% sobre os níveis de emissões de 1990, a ser atingida entre 2008 e 2012. Além disso, criou um sistema de comércio de créditos de carbono, onde os países desenvolvidos ou investiriam em medidas de redução de carbono, ou comprariam esses créditos de países com facilidade de redução de emissão.
O grande problema da primeira fase do Protocolo de Kyoto é que, quando ele foi idealizado, o mundo era muito diferente do que vivemos hoje, principalmente no que diz respeito à industrialização de países em desenvolvimento. Sua principal falha foi não exigir que esses países também cumprissem metas de redução, tendo em vista que hoje alguns deles estão na lista dos maiores poluidores do planeta.
Em 2015, a 21a edição da Conferência das Partes foi realizada em Paris, na França. Na COP-21, 197 países assinaram o emblemático Acordo do Clima, um esforço global para que a temperatura do planeta não suba mais do que 2ºC até 2100.
No dia 05 de outubro de 2016, o limite para a entrada em vigor para o Acordo de Paris foi alcançado, quando mais de 75 países já tinham ratificado seu compromisso. Dentre os países estavam EUA e China, que juntos são responsáveis por mais de 40% das emissões dos gases de estufa do planeta. No entanto, o acordo foi considerado pouco ambicioso, com cientistas declarando que as metas voluntárias fixadas não seriam capazes de conter o aquecimento no nível pretendido.
Depois vieram: a COP-22 (2016), que conseguiu fixar regras de implementação prática do Acordo de Paris; a COP-23 (2017), muito focada nas dificuldades para a implementação do Acordo de Paris; e a COP-24 (2018) e COP-25 (2019), que infelizmente não mostraram avanços na questão das emissões. Em 2020, a COP não foi realizada por conta da pandemia do Coronavírus.
Chegamos a 2021 e a expectativa pela COP-26 é grande, sendo antecipada como um dos eventos mais decisivos para alcançarmos um mundo mais resiliente.
Muito já se discutiu até aqui. A questão das mudanças climáticas era vista como algo muito complexo que apenas governos poderiam resolver e para isso mantiveram essas rodadas de negociação. Ter os governos discutindo sobre estas questões fez muito sentido, já que traz o mundo todo para a mesma mesa. Mas agora é preciso muito mais. Precisamos partir para a ação em um mundo 25 anos mais globalizado do que quando essas discussões começaram.
Em um mundo tão globalizado, e considerando que precisamos agir, não faz mais sentido pensar nele apenas dividido politicamente. Olhando o Mundo como um potencial mercado, seja para a oferta de produtos e serviços, seja como consumidores, está dividido em diferentes indústrias e setores da economia: óleo e gás, mineração, serviços, energia, consumo, moda, cimento, agronegócio...
É a hora de empresas e organizações em geral tomarem as rédeas e fazerem a grande virada em direção à economia de baixo carbono, olhando para seus pares e estabelecendo as melhores práticas que deverão ser valorizadas pelo mercado e pelos investidores.
Quer saber como podemos ajudar sua organização a ser mais sustentável e a fazer parte desse movimento? Entre em contato mandando um email para contato@sustentai.com ou clicando aqui.